Dois mil e vinte e três tem sido um ano de muitas viradas de chave. A começar pelo principal fato de que, logo na primeira semana do ano, eu fiz a minha mudança de casa.
Foram cinco anos morando sozinho e sendo minha única companhia (salvo exceções), e hoje, novamente eu retorno pra casa da minha mãe.
Essa questão em si, tem sido elucidada de forma muito flexionada. Não é confortável retornar casas no jogo da vida.
Na minha cabeça jovial, retornar pra casa de origem e ambiente familiar é quase criminal. Se eu soubesse disso há três anos atrás, eu não sei se eu ficaria motivado. Mas sabe, percebo novas & novas coisas sobre isso.
Primeiro que realmente, minha mãe tinha razão. Fumar na cama não faz o menor sentido. Eu queimava lençóis e edredons novos. Isso não compensava.
Segundo que, nenhum chef de cozinha renomado supera os temperos simplórios da minha avó na cozinha. Eu não trocaria sua comida caricata por NENHUMA.
Terceiro que, são novos momentos para se descobrir possibilidades com os moradores da minha casa. Hoje podemos falar de sexo sem tabus, afetos, polêmicas, religiosidade. Hoje eu tenho suficiente autonomia pra discutir com eles.
Tudo bem que hoje eu sou profissional, trabalho num emprego sólido e sou muito bom no que faço. Mas de fato, poder perceber que sua família é, e sempre foi, uma boa companhia, tem sido importante.
Até a música do Zezé de Camargo e Luciano diz coisas sólidas. O passarinho cria asas e quer voar sim, mas nunca longe do ninho. Pelo menos este Condor que vos escreve.
Sobre o trabalho.
Hoje divido meus dias com seis mulheres fortes e especiais. Muitas com opiniões contrárias às minhas, mas todas tem me mostrado uma coisa muito importante: Todas elas são apaixonadas pelos filhos e filhas que tem. E das 08hr diárias que passo com elas, eu ouço as histórias mais variadas, seja sobre estados de saúde, seja primeiras vezes de suas proles. Antes me incomodavam as repetidas seções de podcasts longos sobre as feridas de pele de seus pequenos, mas hoje percebo que minha mãe também faz o mesmo.
Talvez eu não seja de fato a impressão exata de que minha mãe gostaria, mas percebo que ela se enche de orgulho, de alguma forma, do menino grande que eu me tornei. Obrigado meninas do trabalho por me mostrarem o que eu sempre custei acreditar.
E mãe, te amo. Me perdoa ser tão imperfeito.
Guilherme Stella
12/03/2023
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